Cento e vinte seis chamados por mês, uma média de quatro por dia. Esse é o número de atendimentos de urgência feitos pelos bombeiros, em média, em Santa Maria. Demanda que poderia ser absorvida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) se ele já estivesse operando na cidade. Segundo levantamento do 4º Comando Regional de Bombeiros (4º CRB), foram 906 pedidos de socorro recebidos entre os meses de setembro de 2010 e janeiro de 2011 – média de 181 mensais. Conforme o comando, 70% desse total (126) poderia ser realizado pelo Samu.
– Estamos fazendo serviço de saúde pública, resgate e remoção de vítimas, que não seriam conosco. Hoje, se der dois acidentes ao mesmo tempo, não temos como atender a ambos. Se tivesse Samu, poderíamos fazer um trabalho cooperado, e os bombeiros atenderiam somente a acidentes – disse o comandante do 4º CRB, tenente-coronel Moisés Fuchs.
De acordo com os bombeiros, todos os casos clínicos deverão ser atendidos pelo Samu. A corporação deverá continuar sendo acionada apenas em acidentes de trânsito com vítimas.
Das 14 cidades da Região Central que receberam ambulâncias do Ministério da Saúde, em junho de 2010, a metade já implantou o serviço (veja ao lado). Em 2011, mais um município do centro do Estado entrou na lista. Lavras do Sul recebeu uma ambulância em 22 de fevereiro. Se tudo der certo, o serviço deve entrar em fucionamento até o final de março, segundo previsão da Secretaria Municipal de Saúde. Uma das decisões que deve agilizar o processo de implantação em Lavras é que o município vai assumir o serviço, com servidores do quadro de pessoal – seis motoristas, cinco técnicos de enfermagem e uma enfermeira.
As sete cidades que já possuem o serviço na região optaram por fazer convênios com os hospitais locais, que, em todos os casos, são filantrópicos. Ou seja, os municípios recebem a verba de manutenção do serviço do Ministério da Saúde e do governo do Estado e repassam aos hospitais, para pagamento dos profissionais e manutenção dos veículos. Cada uma dessas cidades recebeu uma ambulância de suporte básico.
Enquanto isso, as cinco ambulâncias – três de suporte básico e duas com Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) – recebidas por Santa Maria continuam paradas. Elas só mudaram de lugar. Após meses estacionadas no pátio da Secretaria Municipal de Saúde, foram levadas para o Centro Desportivo Municipal.
A ativação do serviço depende da capacitação dos profissionais. Serão 58 no total – 10 médicos, 10 enfermeiros, 15 técnicos em enfermagem e 23 motoristas. A administração deverá ficar por conta da Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas). O convênio ainda não foi assinado. Segundo a irmã Ubaldina Souza e Silva, presidente da entidade, os currículos dos servidores foram enviados e aprovados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). O próximo passo, conforme a assessoria da SES, cabe ao município, que é a seleção entre os aprovados e o agendamento do treinamento. De acordo com o secretário municipal de Saúde, José Haidar Farret, técnicos do Samu de Porto Alegre deverão vir a Santa Maria para fazer a capacitação. Só depois, os profissionais serão contratados pela Sefas. Não há data definida, mas Farret aposta na ativação do serviço até o final deste mês.
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