Projeto Bombeiro Mirim Santa Maria-RS: Tem por finalidade desenvolver nas crianças entre oito e quinze anos (filhos de Militares Estaduais, crianças do ensino fundamental de Escolas Estaduais e Municipais) a cidadania, a disciplina a prevenção de acidentes, além da prática de esportes, brincadeiras e outras atividades lúdicas. O propósito é formar gerações comprometidas com a segurança em todos os seus aspectos.
terça-feira, 8 de agosto de 2017
OVACE
Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho
A obstrução das vias aéreas classifica-se em sinais de obstrução leve e obstrução grave.
A obstrução grave é uma emergência que causará a morte em minutos, se não for tratada. Uma vítima inconsciente pode desenvolver uma obstrução das vias aéreas por causas intrínsecas (língua), que é o motivo mais freqüente de obstrução das vias aéreas superiores na vítima inconsciente, ou extrínsecas (corpos estranhos).
São sinais de obstrução grave: sinal universal de asfixia, oxigenação inadequada e aumento da dificuldade para respirar, tosse silenciosa, cianose ou incapacidade para falar ou respirar.
Obstrução leve: A vítima apresenta tosse violenta e dificuldade respiratória. Neste caso deve-se incentivar a tosse e permanecer atento à vítima, se após expelir o corpo estranho ela voltará a respirar normalmente. Em hipótese alguma deve-se dar líquidos para beber ou comidas para "ajudar" a desengasgar.
Causas de obstrução das vias aéreas
Existem 3 formas comuns de obstrução das vias aéreas em adultos e para cada uma, há um tratamento diferente:
1. Corpo estranho: um corpo estranho (p. ex., alimento) pode instalar-se nas vias aéreas e bloqueá-las;
2. Língua relaxada: a língua pode cair para trás, na garganta, obstruindo as vias aéreas levando a vítima à inconsciência;
3. Edema das vias aéreas: o edema e a obstrução das vias aéreas superiores ou inferiores podem produzir-se por doenças como asma, infecção ou alergia. A posição da cabeça ou do pescoço e a manobra de Heimlich não eliminam tal forma de obstrução.
Manobra de Heimlich
Coloque-se por trás da vítima, pondo os braços à volta ao nível da cintura e a sua perna entre as dela. Feche uma das mãos, em punho, e coloque-a com o polegar no abdomen da vítima, um pouco acima do umbigo.
Agarre o punho da mão colocada anteriormente e puxe. Faça-o com um movimento rápido e vigoroso, para dentro e para cima na sua direcção.
Cada compressão deve ser um movimento claramente separado do anterior. Repita este movimento até 5 vezes, vigiando se ocorre a resolução da obstrução e avaliando o estado de consciência da vítima.
Esta manobra causa uma elevação do diafragma e aumento da pressão nas vias aéreas, forçando a saída do corpo estranho.
Definições:
• Lactente ou bebê: menor de um ano de idade;
• Criança: de um ano até antes do início da puberdade (detectado na
urgência pela presença de broto mamário na menina e pelos axilares no
menino);
• Responsiva: criança alerta ou que apresenta resposta ao estímulo verbal
e tátil;
• Não responsiva: criança que não apresenta resposta ao ser estimulada
Causas de Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho:
• No bebê: principalmente líquidos;
• Na criança: objetos sólidos (alimentos, pequenos objetos, peças de
brinquedos, etc.).
Como reconhecer a OVACE:
• Início súbito de angústia respiratória
• Tosse
• Restrição para falar
• Respiração ruidosa (estridor)
• Chiado
Classificação da obstrução:
• Leve: vítima ainda consegue tossir e emitir alguns sons
• Grave: vítima não consegue tossir ou emitir qualquer som
Conduta: as manobras apresentadas a seguir são indicadas para os casos de
obstrução das vias aéreas por objetos sólidos, pois esses objetos podem
ocasionar obstrução completa das vias aéreas superiores.
OBSTRUÇÃO LEVE NA CRIANÇA RESPONSIVA
Perguntar: “Você está engasgado?”
Conduta:
• Não interferir
• Acalmar a vítima
• Incentivar tosse vigorosa
• Observar atenta e constantemente
• Se evoluir para obstrução grave: intervir
OBSTRUÇÃO GRAVE NA CRIANÇA RESPONSIVA
Sinais clínicos:
• Não consegue tossir (tosse silenciosa ou inefetiva)
• Não emite qualquer som
• Início súbito de grave dificuldade respiratória
• Sinal de angústia (sinal universal da asfixia: leva as mãos ao pescoço)
Conduta:
• Abaixar-se, posicionando-se atrás da criança;
• Fechar uma das mãos em punho e posicioná-la no abdome da vítima, na
linha média, entre o umbigo e o apêndice xifoide (sem tocá-lo), com o
polegar voltado para o abdome, colocando a outra mão sobre esta;
• Aplicar compressões rápidas, pressionando essa região para dentro e
para cima, simulando a letra jota;
• Realizar as manobras até a saída do objeto ou até a criança tornar-se
não responsiva;
• Dosar a força aplicada;
• Após a saída do corpo
OBSTRUÇÃO GRAVE NA CRIANÇA QUE SE TORNA NÃO RESPONSIVA
Conduta:
• Checar responsividade: não responsiva;
• Checar respiração: respiração ausente ou anormal (gasping: respiração
lenta e irregular);
• Pedir ajuda: acionamento do serviço de emergência (192 ou 193);
• Iniciar RCP (ressuscitação cardiopulmonar), começando pelas
compressões torácicas;
• Não checar pulso;
• Colocar a criança sobre superfície rígida;
• Realizar 30 compressões torácicas enquanto houver um profissional
atuando (na metade inferior do esterno, com uma ou duas mãos,
deprimindo pelo menos 1/3 do diâmetro ântero-posterior do tórax – cerca
de 5 cm);
OBSTRUÇÃO GRAVE NO BEBÊ RESPONSIVO
Sinais clínicos:
• Início súbito de grave dificuldade respiratória;
• Choro fraco ou silencioso;
• Tosse silenciosa ou inefetiva.
Conduta:
• Realizar ciclos repetidos de 5 golpes no dorso (entre as escápulas)
seguidos de 5 compressões torácicas (logo abaixo da linha
intermamilar), até que o objeto seja expelido ou a vítima se torne não
responsiva.
A maioria das obstruções da via aérea nos bebés ocorre com comida ou com pequenos objectos. É fundamental uma actuação rápida.
Se o bebé está consciente, segure-o de barriga para baixo, apoiando o tórax no seu antebraço, com a cabeça mais baixa que o corpo. Dê até 5 pancadas nas costas, a meio dos ombros.
Se não conseguir remover o corpo estranho, deite o bebé de barriga para cima mantendo igualmente a cabeça a um nível inferior ao do corpo. Faça até 5 compressões torácicas, tal como estivesse a fazer manobras de reanimação, após as quais inspeccione a boca e se tiver algum objecto visível retire-o.
Enquanto não resolver a obstrução e o bebé estiver consciente, alterne as pancadas com as compressões. Se ainda não o fez, peça ajuda.
Nas vítimas muito obesas ou gestantes conscientes, substitua as compressões abdominais por compressões torácicas, no terço médio do esterno.
Comprima até que o objeto seja expelido das vias aéreas ou o paciente fique inconsciente. Nesse caso, apoiar o paciente prevenindo queda e inicie RCP.
Bibliografia: 1. AMERICAN HEART ASSOCIATION. AHA Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cadiovascular Care. Part 11: Pediatric Basic Life Support. Circulation; 112 (Suppl I):IV156-66, 2005. 2. AMERICAN HEART ASSOCIATION. AHA Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cadiovascular Care. Part 13: Pediatric Basic Life Support. Circulation; 122:S862-S875, 2010.
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